O ponto deste inquérito é precisamente o de deixar de haver dilemas. A comunidade suporta uma versão (e que, é muito muito importante frisar, é aquela que aparece nas actualizações automáticas); quem quiser gerir outras versões que se desunhe. Podemos ajudar com as ferramentas, claro. Embora não voltar ao princípio, boa?
Se me permitem o opinativo, diria que era previsível que a maioria iria votar contra o AO90 no que diz respeito ao seu uso pessoal. Surpreende-me até que a margem tenha sido de apenas 64%. Em termos de integridade da votação (e voltar a repeti-la parece-me… CHATO) devia ter tido outra pergunta, essa sim indo ao osso da questão. “ao montar um site para terceiros (clientes) qual pensa que será a ortografia que eles vão querer?” Para além de que o AO90 é de lei, e a possibilidade da sua anulação só existe numa iniciativa legislativa dos partidos que chumbaram a petição em 2009, e eles agora andam é preocupados em tropeçar uns nos outros.
Quanto à versão informal apenas existir no back-end administrativo, seria OK se só o webmaster tivesse acesso. Mas existem blogs (escrevi algumas coisas para um que os utilizadores são escritores) coletivos, em que embora sem alguns privilégios administrativos o autor pode escrever e publicar sem pre-screening. Algumas pessoas não gostam de ser tratadas por “tu” assim sem mais nem menos. Lamentável ou não, mas é mesmo assim. Isto é o que me parece, mas decidam lá como acharem.
Prometo não voltar à carga com este assunto 🙂 Mas era porreiro se houvesse uma decisão. Nesta altura já digo, qualquer decisão.
Acho que podíamos tentar desenvolver qualquer coisa que facilitasse um pouco mais a manutenção das versões alternativas. Passar para AO90 parece simples. Ou seja, após cada release do WP com a versão oficial, “bastaria” fazer a conversão como já testámos. É claro que são vários ficheiros mas, ainda assim, é um processo que não deve ser complicado.
Já a questão do informal é bastante mais complicada, porque exigirá sempre uma tradução paralela.
Pois, não sei. Estou um pouco surpreendido com o resultado da votação até agora: julgava que pelo menos o AO90 havia de passar. Tenho que pensar um bocado no assunto mas assim de repente o que me pareceria mesmo fixe era termos uma forma automática de converter para a AO90 e ir mantendo as várias versões (partindo do princípio que o sentido da votação não vai mudar).
Foi a minha primeira ideia, mas vindo de um físico parece menos complicado 😉
Nesse caso, admitindo que conseguíamos arranjar um processo de fazer a conversão automática, manter-se-ia exatamente o que temos agora, portanto, duas versões no GlotPress, formal e informal, ambas pré-AO90.
Agora, o que eu imaginei… digam-me se faz sentido ou se é exequível. Um plugin que incorpore de alguma forma um conversor (há vários para conversões online, o que significa que existe um fluxo mais ou menos definido para o processo) e que faça o trabalho duro de converter os ficheiros de linguagem pt_PT (ou mesmo pt_BR…) da instalação.
Para além do Lince, que funciona offline e me parece o mais completo, há, por exemplo, o conversor da Priberam, que é usado pelo Sapo. Pode haver aqui um campo para conseguir apoio para o projeto.
[Humm… eu também sou de Física, Álvaro.] O Zé vai-me dar castanhada por voltar aos constrangimentos celestiais, mas queria chamar a atenção para um pormenor que me parece pode ser útil. Do mesmo modo que nos anos 90 se exigiu (principalmente no software da Microsoft) que houvesse uma versão portuguesa e outra brasileira, o que impede os angolanos e moçambicanos de quererem o pt-AO e o pt-MZ [http://en.wikipedia.org/wiki/ISO_3166-1 Alpha-2], tal como nós de acordo com o uso local? Basicamente porque por enquanto não têm uma comunidade de utilizadores e desenvolvedores suficientemente grande. Nos anos 90 era o que a Microsoft dizia do português europeu: “o mercado é pequeno.” O @ze-fontainhas diz que isto iria estorvar na arquitetura das atualizações, mas diria que havendo uma variante pt-MZ esta seria atualizada exatamente da mesma maneira que o pt-PT, desde que houvesse uma equipa a mantê-la. Vale a pena recordar que legalmente e oficialmente Angola e Moçambique estão em pre-AO? Eu sei, eu sei. Estes constrangimentos celestiais são terríveis.
Ainda por cima, para criar a variante pt-MZ basta renomear os mo’s e modificar o WP_LANG.
Tanto quanto eu sei, o português só tem duas normas. Tem dialetos, mas são reconhecidas a norma brasileira, que é a que tem mais falantes, e a norma europeia, que é a adotada por mais países (inclui Portugal, PALOP e Timor, creio). Portanto, acho que isso não deve ser uma preocupação.
Além disso, o Acordo Ortográfico de 1990 procura, efetivamente, uniformizar a ortografia do português entre as duas normas. Por isso, a conversão para o AO90 é aplicável a ambas (daí a minha referência ao pt-BR, por curiosidade).
Eu gostaria se estivessem de acordo, que nos focássemos no que nos trouxe a esta discussão, e que são, quanto mim, essencialmente dois pontos:
1. O que fazer quanto ao AO90 (e creio que isso ficou respondido pela votação, que descartou a sua utilização na versão oficial do WordPress em pt-PT.
2. Como valorizar o trabalho de tradução paralela que tem sido feito numa versão informal, permitindo o acesso a essa versão por qualquer um.
Desculpem, duplicou abaixo. Era só para acrescentar que “Ainda por cima, para criar a variante pt-MZ basta renomear os mo’s e modificar o WP_LANG.”
As variantes da língua funcionam com os ISOs, as normas da International Organization for Standardization. Não há questão linguistica aqui. Apenas de norma de configuração informática.
Eu não concordo. Acho que se houvesse possibilidade das variantes serem integradas nessa organização ISO, sem canibalizar países terceiros, muito bem. Não havendo, não creio que isso seja uma opção.
Sobre o AO90 parece-me relativamente simples, porque existem os conversores que podem ocupar-se, seja manualmente seja de outra forma mais elegante e automática, da necessária adaptação para quem a quiser fazer. E, por isso, não há duplicação de trabalho, na medida em que a tradução poderá continuar a ser feita pré-AO90 e a conversão ocorrer depois, a cada release do WordPress. (Na verdade, o ideal seria um plugin que fizesse a conversão se o freguês entendesse, e nesse caso isso aplicava-se em tempo real.)
Já quanto à versão informal e à maneira de a tornar acessível… Não sei. O que propuz já em 2012 foi um plugin que permitisse ir buscar os ficheiros de português informal, mas parece que isso não é assim tão simples. Como não sou developer, neste ponto tenho de dar lugar a quem sabe mesmo da poda.
Pessoalmente, o que me interessa é, em primeiro lugar, melhorar a tradução do WordPress aumentando o contributo e a participação dos utilizadores. Isso creio que tem sido conseguido. Em segundo lugar, valorizar o esforço de quem tem contribuído para a versão informal, tornando-a acessível ao utilizador comum. Tanto quanto sei, isso hoje só se consegue acedendo ao GlotPress, descarregando os ficheiros e substituindo os que estão na instalação do WordPress. Ou estou errado?
Não seria bem canibalizar porque até lhes estaríamos a prestar um serviço (e podíamos estender a mão a quem trabalha lá para colaborar). Para a versão informal a minha sugestão vai na linha dos “user defined” Alpha-2. Alguns dos Alpha-2 estão reservados para uso in-house e portanto mais ninguém lhes toca.
Sei que não gostam desta ideia, mas no WordPress processaria como qualquer variante linguística atualmente existente. A meu ver, isto é uma solução quase mágica, pois os métodos de trabalho de ninguém seriam afetados e todos conseguem ter a sua coisa.
É canibalizar no sentido em que estamos a propor uma norma que formalmente não existe ou que não conhecemos. Aliás – não leves a mal a expressão, é totalmente sem intenção… –, tem um quê de neocolonialismo.
Se de facto há interesse noutros países que falam português em criar variantes, isso passa pelas comunidades locais, creio eu. Nesse campo, o @ze-fontainhas, o poliglota-mor, é mesmo a pessoa indicada para explicar como se processa.
Dando a volta à coisa, o que falta será qualquer coisa como isto:
ISO/CD 639-6: Codes for the representation of names of languages – Part 6: Alpha-4 Code for the comprehensive coverage of language variants
O ISO 639-6 representa variantes linguísticas mas com mais de duas letras (vê por exemplo aqui http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_ISO_639-1_codes ; podes ir direto à página dedicada à 639 mas aqui vês logo na tabela). A representação da língua (o que eles chamam macro-língua ou vá lá o agregado de dialetos) é representado em duas letras pela ISO 639-1. O nosso pt, ou en. Só esta especificação usa duas letras para uma língua. A representação de variantes é dada pelo código do país na ISO 3166-1 (vê aqui http://en.wikipedia.org/wiki/Language_code ; procura a linha na tabela que diz “IETF language tag”). O standard é da Internet Engineering Task Force e referenciada como RFC 5646 e RFC 4647. Este é o standard “best practices” para parsing de language tags em computadores e internet.
Como concerteza vais querer ver isto com algum cuidado, voltamos à Palheta amanhã? Nessa altura já terás uma opinião firmada sobre a sugestão.
Por uma questão de cortesia e para não dizer boas maneiras, contacta-se a Universidade de Maputo?
Eu não tenho nenhum contacto com a comunidade moçambicana, não tenho nenhuma instalação de WordPress no contexto de Moçambique ou de outro PALOP, portanto isso para mim não faz qualquer sentido.
Se há alguém nessa posição e que veja interesse em criar uma variante da língua especificamente para Moçambique, incorporando as idiossincrasias próprias do país, não vejo porque não. Fora isso, não vejo sentido nessa solução só porque dá jeito.
A minha posição é que a versão oficial da língua no WordPress deve corresponder à norma instituída no país. Em Portugal essa norma, por muito que nos custe, obedece ao AO90. Pode questionar-se os métodos de entrada em vigor, ou até se está mesmo em vigor, sobretudo, e tanto quanto sei, pela falta de adoção formal e fixação de um vocabulário comum, bem como pelo processo, no mínimo abusivo, de ratificação do AO90 pelos países de língua oficial portuguesa. No meio desta ambiguidade e resistências várias, fizemos uma votação e decidiu-se manter a norma antiga.
As soluções que possam tornar acessível uma versão da língua portuguesa que siga o AO90, e eventualmente o tratamento informal, parece-me a mim que devem ser autónomas e voluntárias. Isso é toda uma nova discussão.
[Desculpa mas só li agora porque fui logo ao fim da discussão, e nem sei se ainda vais ler isto.]
A sugestão dos user defined Alpha-2 para a versão informal mantém-se se o Nuno Barreiro a quiser. Custa-me ver que estás a ler o problema precisamente como eu.
Eu não sou apologista dessa solução. Em primeiro lugar porque não concordo em trabalhar sobre ficheiros de outro país com o qual não tenho qualquer relação e à revelia da comunidade local. Depois porque a versão informal não é uma variante da língua e, portanto, não se enquadra nesse âmbito. No mesmo sentido, a norma ortográfica AO90 não é uma variante, é uma norma formal da língua portuguesa.
Como já disse antes, estou disposto a colaborar numa solução autónoma e voluntária, via plugin p.e., que torne acessível quer uma versão AO90 quer uma versão informal do português pt-PT. Se isso for exequível. Se não for, resta-nos elaborar uns guias e informar os utilizadores.
Da parte da Automattic eles só vão querer que a WP_LANG esteja de acordo com o standard da IETF. Os moçambicanos provavelmente vão querer fazer e aprender. Os políticos da CPLP vão ficar delirantes com a colaboração bilateral espontânea.
Isto não é complicado. Analisem-se os detalhes e depois vê-se se dá para ir nesta direção.
Depois destes anos todos ainda subsiste esta confusão? A Automattic pode querer o que quiser, mas isso tem um impacto zero nesta questão, que é uma da comunidade WordPress.org em geral e do Polyglots Group em específico. Os responsáveis (team leads) neste momento são eu próprio, o Remkus e o Andrew Nacin, como embaixador do Core Group.
@ze-fontainhas Entre nós aqui, Portugal, parece-me pertinente pensar por fases. Argumento, e isto fica para vossa análise, que de um ponto de vista estritamente técnico, e pensando só nos aspetos técnicos 1) É exequível, isto é pode ser feito em respeito dos standards de engenharia aplicáveis; 2) É relativamente simples, porque sabemos como passar entre pre-AO e AO, e sabemos como criar um pt-MZ simplesmente renomeando ficheiros; 3) Dá solução aos problemas, a todos os problemas, e aparentemente cada um pode ficar com a solução que preferir.
Quanto à estrutura administrativa de que falas, que está acima deste fórum, e a que pertences, de facto não conheço a organização.mas se os standards de especificação técnica forem cumpridos que objeções poderá haver? Uma analogia talvez ajude a veres como perspetivo a coisa: ninguém diz aos criadores de temas como fazerem as colunas, ou a fonte a escolher, mas se cumprirem o que é especificado para o que tema tem de ter, têm a liberdade de lhe dar o aspeto gráfico que quiserem. Esta é uma circunstância típica em tarefas de engenharia que envolvem muitas pessoas que podem não ter qualquer contacto entre si nem saberem umas das outras.
Nesta fase pedia-vos que analisassem a questão do ponto de vista técnico e puramente técnico. O que pode vir a seguir pode ser sujeito a hipotéticos exploratórios mas parece-me que de momento isso ainda não se justifica.
Já há alguma definição em relação ao caminho a seguir ? Já actualizei a minha tradução do Buddypress para a ultima versão 1.7 e a seguir irei fazer a mesma coisa com bbpress para a versão 2.3.1
Logo que haja uma definição concreta ajusto tudo e vou pedir a um voluntário daqui para verificar e corrigir de modo a que possam ser utilizadas oficialmente como as versões pt_PT.
Álvaro Góis 30 Abr 2013, às 11:03 Permalink
Isto coloca-nos um dilema… Podia ser fácil, na verdade era não fazer nada e manter tudo como está.
Mas, não fazendo, o que acontece às versões “alternativas”, ou seja, AO90 e informal? Mantêm-se no GlotPress (a informal), acrescenta-se (AO90)?
Arranja-se uma alternativa, um GlotPress Informal da Comunidade onde haja voluntários para cada uma das versões?
Pois é… decision not options… máxima nem sempre fácil de cumprir.
Zé Fontainhas 30 Abr 2013, às 16:25 Permalink
O ponto deste inquérito é precisamente o de deixar de haver dilemas. A comunidade suporta uma versão (e que, é muito muito importante frisar, é aquela que aparece nas actualizações automáticas); quem quiser gerir outras versões que se desunhe. Podemos ajudar com as ferramentas, claro. Embora não voltar ao princípio, boa?
PL Monteiro 30 Abr 2013, às 16:23 Permalink
Se me permitem o opinativo, diria que era previsível que a maioria iria votar contra o AO90 no que diz respeito ao seu uso pessoal. Surpreende-me até que a margem tenha sido de apenas 64%. Em termos de integridade da votação (e voltar a repeti-la parece-me… CHATO) devia ter tido outra pergunta, essa sim indo ao osso da questão. “ao montar um site para terceiros (clientes) qual pensa que será a ortografia que eles vão querer?” Para além de que o AO90 é de lei, e a possibilidade da sua anulação só existe numa iniciativa legislativa dos partidos que chumbaram a petição em 2009, e eles agora andam é preocupados em tropeçar uns nos outros.
Quanto à versão informal apenas existir no back-end administrativo, seria OK se só o webmaster tivesse acesso. Mas existem blogs (escrevi algumas coisas para um que os utilizadores são escritores) coletivos, em que embora sem alguns privilégios administrativos o autor pode escrever e publicar sem pre-screening. Algumas pessoas não gostam de ser tratadas por “tu” assim sem mais nem menos. Lamentável ou não, mas é mesmo assim. Isto é o que me parece, mas decidam lá como acharem.
Prometo não voltar à carga com este assunto 🙂 Mas era porreiro se houvesse uma decisão. Nesta altura já digo, qualquer decisão.
Zé Fontainhas 30 Abr 2013, às 16:27 Permalink
Gregos, troianos e tal. É preciso escolher um lado e parar com as dúvidas. Essas vão sempre existir, não há soluções ideais.
PL Monteiro 30 Abr 2013, às 16:32 Permalink
Okay. Então ficamos em pre-AO formal. Desculpem a minha insistência.
Álvaro Góis 30 Abr 2013, às 22:38 Permalink
Acho que podíamos tentar desenvolver qualquer coisa que facilitasse um pouco mais a manutenção das versões alternativas. Passar para AO90 parece simples. Ou seja, após cada release do WP com a versão oficial, “bastaria” fazer a conversão como já testámos. É claro que são vários ficheiros mas, ainda assim, é um processo que não deve ser complicado.
Já a questão do informal é bastante mais complicada, porque exigirá sempre uma tradução paralela.
O que é que o @nuno-barreiro terá a dizer sobre isto?
Nuno Barreiro 1 Mai 2013, às 0:06 Permalink
Pois, não sei. Estou um pouco surpreendido com o resultado da votação até agora: julgava que pelo menos o AO90 havia de passar. Tenho que pensar um bocado no assunto mas assim de repente o que me pareceria mesmo fixe era termos uma forma automática de converter para a AO90 e ir mantendo as várias versões (partindo do princípio que o sentido da votação não vai mudar).
Álvaro Góis 1 Mai 2013, às 9:25 Permalink
Foi a minha primeira ideia, mas vindo de um físico parece menos complicado 😉
Nesse caso, admitindo que conseguíamos arranjar um processo de fazer a conversão automática, manter-se-ia exatamente o que temos agora, portanto, duas versões no GlotPress, formal e informal, ambas pré-AO90.
Agora, o que eu imaginei… digam-me se faz sentido ou se é exequível. Um plugin que incorpore de alguma forma um conversor (há vários para conversões online, o que significa que existe um fluxo mais ou menos definido para o processo) e que faça o trabalho duro de converter os ficheiros de linguagem pt_PT (ou mesmo pt_BR…) da instalação.
Para além do Lince, que funciona offline e me parece o mais completo, há, por exemplo, o conversor da Priberam, que é usado pelo Sapo. Pode haver aqui um campo para conseguir apoio para o projeto.
PL Monteiro 1 Mai 2013, às 21:23 Permalink
[Humm… eu também sou de Física, Álvaro.] O Zé vai-me dar castanhada por voltar aos constrangimentos celestiais, mas queria chamar a atenção para um pormenor que me parece pode ser útil. Do mesmo modo que nos anos 90 se exigiu (principalmente no software da Microsoft) que houvesse uma versão portuguesa e outra brasileira, o que impede os angolanos e moçambicanos de quererem o pt-AO e o pt-MZ [http://en.wikipedia.org/wiki/ISO_3166-1 Alpha-2], tal como nós de acordo com o uso local? Basicamente porque por enquanto não têm uma comunidade de utilizadores e desenvolvedores suficientemente grande. Nos anos 90 era o que a Microsoft dizia do português europeu: “o mercado é pequeno.” O @ze-fontainhas diz que isto iria estorvar na arquitetura das atualizações, mas diria que havendo uma variante pt-MZ esta seria atualizada exatamente da mesma maneira que o pt-PT, desde que houvesse uma equipa a mantê-la. Vale a pena recordar que legalmente e oficialmente Angola e Moçambique estão em pre-AO? Eu sei, eu sei. Estes constrangimentos celestiais são terríveis.
Ainda por cima, para criar a variante pt-MZ basta renomear os mo’s e modificar o WP_LANG.
Álvaro Góis 1 Mai 2013, às 21:32 Permalink
Tanto quanto eu sei, o português só tem duas normas. Tem dialetos, mas são reconhecidas a norma brasileira, que é a que tem mais falantes, e a norma europeia, que é a adotada por mais países (inclui Portugal, PALOP e Timor, creio). Portanto, acho que isso não deve ser uma preocupação.
Além disso, o Acordo Ortográfico de 1990 procura, efetivamente, uniformizar a ortografia do português entre as duas normas. Por isso, a conversão para o AO90 é aplicável a ambas (daí a minha referência ao pt-BR, por curiosidade).
Eu gostaria se estivessem de acordo, que nos focássemos no que nos trouxe a esta discussão, e que são, quanto mim, essencialmente dois pontos:
1. O que fazer quanto ao AO90 (e creio que isso ficou respondido pela votação, que descartou a sua utilização na versão oficial do WordPress em pt-PT.
2. Como valorizar o trabalho de tradução paralela que tem sido feito numa versão informal, permitindo o acesso a essa versão por qualquer um.
PL Monteiro 1 Mai 2013, às 21:31 Permalink
Desculpem, duplicou abaixo. Era só para acrescentar que “Ainda por cima, para criar a variante pt-MZ basta renomear os mo’s e modificar o WP_LANG.”
As variantes da língua funcionam com os ISOs, as normas da International Organization for Standardization. Não há questão linguistica aqui. Apenas de norma de configuração informática.
Só peço que considerem a ideia.
Álvaro Góis 1 Mai 2013, às 21:34 Permalink
Eu reparei e apaguei o duplicado. No meu browser estava quase em loop, a acrescentar comentários. Creio que assim se percebe, não?
PL Monteiro 1 Mai 2013, às 21:37 Permalink
Okay. Obrigado. O que eu estou a sugerir é como ter duas normas inteiramente legais, sem duplicação. É isso que eu estou a dizer.
Álvaro Góis 1 Mai 2013, às 21:51 Permalink
Eu não concordo. Acho que se houvesse possibilidade das variantes serem integradas nessa organização ISO, sem canibalizar países terceiros, muito bem. Não havendo, não creio que isso seja uma opção.
Sobre o AO90 parece-me relativamente simples, porque existem os conversores que podem ocupar-se, seja manualmente seja de outra forma mais elegante e automática, da necessária adaptação para quem a quiser fazer. E, por isso, não há duplicação de trabalho, na medida em que a tradução poderá continuar a ser feita pré-AO90 e a conversão ocorrer depois, a cada release do WordPress. (Na verdade, o ideal seria um plugin que fizesse a conversão se o freguês entendesse, e nesse caso isso aplicava-se em tempo real.)
Já quanto à versão informal e à maneira de a tornar acessível… Não sei. O que propuz já em 2012 foi um plugin que permitisse ir buscar os ficheiros de português informal, mas parece que isso não é assim tão simples. Como não sou developer, neste ponto tenho de dar lugar a quem sabe mesmo da poda.
Pessoalmente, o que me interessa é, em primeiro lugar, melhorar a tradução do WordPress aumentando o contributo e a participação dos utilizadores. Isso creio que tem sido conseguido. Em segundo lugar, valorizar o esforço de quem tem contribuído para a versão informal, tornando-a acessível ao utilizador comum. Tanto quanto sei, isso hoje só se consegue acedendo ao GlotPress, descarregando os ficheiros e substituindo os que estão na instalação do WordPress. Ou estou errado?
PL Monteiro 1 Mai 2013, às 22:01 Permalink
Não seria bem canibalizar porque até lhes estaríamos a prestar um serviço (e podíamos estender a mão a quem trabalha lá para colaborar). Para a versão informal a minha sugestão vai na linha dos “user defined” Alpha-2. Alguns dos Alpha-2 estão reservados para uso in-house e portanto mais ninguém lhes toca.
Sei que não gostam desta ideia, mas no WordPress processaria como qualquer variante linguística atualmente existente. A meu ver, isto é uma solução quase mágica, pois os métodos de trabalho de ninguém seriam afetados e todos conseguem ter a sua coisa.
Álvaro Góis 1 Mai 2013, às 22:19 Permalink
É canibalizar no sentido em que estamos a propor uma norma que formalmente não existe ou que não conhecemos. Aliás – não leves a mal a expressão, é totalmente sem intenção… –, tem um quê de neocolonialismo.
Se de facto há interesse noutros países que falam português em criar variantes, isso passa pelas comunidades locais, creio eu. Nesse campo, o @ze-fontainhas, o poliglota-mor, é mesmo a pessoa indicada para explicar como se processa.
Dando a volta à coisa, o que falta será qualquer coisa como isto:
Contudo, pertencem a “other ISO 639 standards in development”.
PL Monteiro 1 Mai 2013, às 22:57 Permalink
[Deu NaN duas vezes e foi abaixo.]
PL Monteiro 1 Mai 2013, às 22:58 Permalink
O ISO 639-6 representa variantes linguísticas mas com mais de duas letras (vê por exemplo aqui http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_ISO_639-1_codes ; podes ir direto à página dedicada à 639 mas aqui vês logo na tabela). A representação da língua (o que eles chamam macro-língua ou vá lá o agregado de dialetos) é representado em duas letras pela ISO 639-1. O nosso pt, ou en. Só esta especificação usa duas letras para uma língua. A representação de variantes é dada pelo código do país na ISO 3166-1 (vê aqui http://en.wikipedia.org/wiki/Language_code ; procura a linha na tabela que diz “IETF language tag”). O standard é da Internet Engineering Task Force e referenciada como RFC 5646 e RFC 4647. Este é o standard “best practices” para parsing de language tags em computadores e internet.
Como concerteza vais querer ver isto com algum cuidado, voltamos à Palheta amanhã? Nessa altura já terás uma opinião firmada sobre a sugestão.
Por uma questão de cortesia e para não dizer boas maneiras, contacta-se a Universidade de Maputo?
Álvaro Góis 2 Mai 2013, às 9:31 Permalink
Eu não tenho nenhum contacto com a comunidade moçambicana, não tenho nenhuma instalação de WordPress no contexto de Moçambique ou de outro PALOP, portanto isso para mim não faz qualquer sentido.
Se há alguém nessa posição e que veja interesse em criar uma variante da língua especificamente para Moçambique, incorporando as idiossincrasias próprias do país, não vejo porque não. Fora isso, não vejo sentido nessa solução só porque dá jeito.
A minha posição é que a versão oficial da língua no WordPress deve corresponder à norma instituída no país. Em Portugal essa norma, por muito que nos custe, obedece ao AO90. Pode questionar-se os métodos de entrada em vigor, ou até se está mesmo em vigor, sobretudo, e tanto quanto sei, pela falta de adoção formal e fixação de um vocabulário comum, bem como pelo processo, no mínimo abusivo, de ratificação do AO90 pelos países de língua oficial portuguesa. No meio desta ambiguidade e resistências várias, fizemos uma votação e decidiu-se manter a norma antiga.
As soluções que possam tornar acessível uma versão da língua portuguesa que siga o AO90, e eventualmente o tratamento informal, parece-me a mim que devem ser autónomas e voluntárias. Isso é toda uma nova discussão.
PL Monteiro 2 Mai 2013, às 20:41 Permalink
[Desculpa mas só li agora porque fui logo ao fim da discussão, e nem sei se ainda vais ler isto.]
A sugestão dos user defined Alpha-2 para a versão informal mantém-se se o Nuno Barreiro a quiser. Custa-me ver que estás a ler o problema precisamente como eu.
Mas concordo. Fez-se uma votação.
Álvaro Góis 2 Mai 2013, às 21:45 Permalink
Eu não sou apologista dessa solução. Em primeiro lugar porque não concordo em trabalhar sobre ficheiros de outro país com o qual não tenho qualquer relação e à revelia da comunidade local. Depois porque a versão informal não é uma variante da língua e, portanto, não se enquadra nesse âmbito. No mesmo sentido, a norma ortográfica AO90 não é uma variante, é uma norma formal da língua portuguesa.
Como já disse antes, estou disposto a colaborar numa solução autónoma e voluntária, via plugin p.e., que torne acessível quer uma versão AO90 quer uma versão informal do português pt-PT. Se isso for exequível. Se não for, resta-nos elaborar uns guias e informar os utilizadores.
PL Monteiro 1 Mai 2013, às 23:26 Permalink
Da parte da Automattic eles só vão querer que a WP_LANG esteja de acordo com o standard da IETF. Os moçambicanos provavelmente vão querer fazer e aprender. Os políticos da CPLP vão ficar delirantes com a colaboração bilateral espontânea.
Isto não é complicado. Analisem-se os detalhes e depois vê-se se dá para ir nesta direção.
Zé Fontainhas 2 Mai 2013, às 8:42 Permalink
Depois destes anos todos ainda subsiste esta confusão? A Automattic pode querer o que quiser, mas isso tem um impacto zero nesta questão, que é uma da comunidade WordPress.org em geral e do Polyglots Group em específico. Os responsáveis (team leads) neste momento são eu próprio, o Remkus e o Andrew Nacin, como embaixador do Core Group.
PL Monteiro 2 Mai 2013, às 12:37 Permalink
@ze-fontainhas Entre nós aqui, Portugal, parece-me pertinente pensar por fases. Argumento, e isto fica para vossa análise, que de um ponto de vista estritamente técnico, e pensando só nos aspetos técnicos 1) É exequível, isto é pode ser feito em respeito dos standards de engenharia aplicáveis; 2) É relativamente simples, porque sabemos como passar entre pre-AO e AO, e sabemos como criar um pt-MZ simplesmente renomeando ficheiros; 3) Dá solução aos problemas, a todos os problemas, e aparentemente cada um pode ficar com a solução que preferir.
Quanto à estrutura administrativa de que falas, que está acima deste fórum, e a que pertences, de facto não conheço a organização.mas se os standards de especificação técnica forem cumpridos que objeções poderá haver? Uma analogia talvez ajude a veres como perspetivo a coisa: ninguém diz aos criadores de temas como fazerem as colunas, ou a fonte a escolher, mas se cumprirem o que é especificado para o que tema tem de ter, têm a liberdade de lhe dar o aspeto gráfico que quiserem. Esta é uma circunstância típica em tarefas de engenharia que envolvem muitas pessoas que podem não ter qualquer contacto entre si nem saberem umas das outras.
Nesta fase pedia-vos que analisassem a questão do ponto de vista técnico e puramente técnico. O que pode vir a seguir pode ser sujeito a hipotéticos exploratórios mas parece-me que de momento isso ainda não se justifica.
Nuno Barros 2 Mai 2013, às 15:05 Permalink
Eu continuo a utilizar a forma antiga, pré-AO, quer seja no WordPress que noutras traduções (por exemplo no Falcon Pro para Android).
miguelcortereal 12 Mai 2013, às 9:49 Permalink
Já há alguma definição em relação ao caminho a seguir ? Já actualizei a minha tradução do Buddypress para a ultima versão 1.7 e a seguir irei fazer a mesma coisa com bbpress para a versão 2.3.1
Logo que haja uma definição concreta ajusto tudo e vou pedir a um voluntário daqui para verificar e corrigir de modo a que possam ser utilizadas oficialmente como as versões pt_PT.